18 setembro 2019

Não procure o Budismo

Se você quer milagres, não procure o Budismo. O supremo milagre para o Budismo é você lavar seu prato depois de comer.

Se você quer curar seu corpo físico, não procure o Budismo. O Budismo só cura os males de sua mente: ignorância, cólera e desejos desenfreados.

Se você quiser arranjar emprego ou melhorar sua situação financeira, não procure o Budismo. Você se decepcionará, pois ele vai lhe falar sobre desapego em relação aos bens materiais. Não confunda, porém, desapego com renúncia.

Se você quer poderes sobrenaturais, não procure o Budismo. Para o Budismo, o maior poder sobrenatural é o triunfo sobre o egoísmo.

Se você quer triunfar sobre seus inimigos, não procure o Budismo. Para o Budismo, o único triunfo que conta é o do homem sobre si mesmo.

Se você quer a vida eterna em um paraíso de delícias, não procure o Budismo, pois ele matará seu ego aqui e agora.

Se você quer massagear seu ego com poder, fama, elogios e outras vantagens, não procure o Budismo. A casa de Buda não é a casa da inflação dos egos.

Se você quer a proteção divina, não procure o Budismo. Ele lhe ensinará que você só pode contar consigo mesmo.

Se você quer um caminho para Deus, não procure o Budismo. Ele o lançará no vazio.

Se você quer alguém que perdoe suas falhas, deixando-o livre para errar de novo, não procure o Budismo, pois ele lhe ensinará a implacável Lei de Causa e Efeito e a necessidade de uma autocrítica consciente e profunda.

Se você quer respostas cômodas e fáceis para suas indagações existenciais, não procure o Budismo. Ele aumentará suas dúvidas.

Se você quer uma crença cega, não procure o Budismo. Ele o ensinará a pensar com sua própria cabeça.

Se você é dos que acham que a verdade está nas escrituras, não procure o Budismo. Ele lhe dirá que o papel é muito útil para limpar o lixo acumulado no intelecto.

Se você quer saber a verdade sobre os discos voadores ou sobre a civilização de Atlântida, não procure o Budismo. Ele só revelará a verdade sobre você mesmo.

Se você quer se comunicar com espíritos, não procure o Budismo. Ele só pode ensinar você a se comunicar com seu verdadeiro eu.

Se você quer conhecer suas encarnações passadas, não procure o Budismo. Ele só pode lhe mostrar sua miséria presente.

Se você quer conhecer o futuro, não procure o Budismo. Ele só vai lhe mandar prestar atenção a seus pés, enquanto você anda.

   Desfazendo Equívocos
Por Reverenda Yvonette Silva Gonçalves.

10 setembro 2019

O barco de Teseu


“No curso de suas viagens, a madeira se rompia ou apodrecia, e tinha que ser substituída. Quando Teseu voltou para casa, o navio que atracou no porto não tinha mais nenhuma peça do navio que tinha, um dia, saído dali. Mesmo assim, a tripulação não duvidava de que se tratava da mesma embarcação.”

A questão que surge é: se um barco de 30 remos tiver apenas um remo substituído, ele vai continuar sendo o mesmo barco? E se 15 remos forem substituídos? E se todos os remos forem substituídos? E se, em vez dos remos, as tábuas que quebrarem forem substituídas? E se, no final, todas as tábuas do barco forem substituídas? O problema, e o que transforma isso num paradoxo, é que é muito difícil saber exatamente em que ponto uma coisa passa a ser outra coisa diferente se suas partes forem substituídas.

O que quero perguntar, afinal, é:
Quando foi que você deixou ser você? Você ainda é você?

Boa semana!

A Didática do Ensino Superior

Considera-se desafiador e ao mesmo tempo necessário formar indivíduos levando em consideração suas realidades e saberes pré-existentes, util...