31 dezembro 2022

24 dezembro 2022

20 dezembro 2022

18 dezembro 2022

Sobre a eternidade

 "Não há outro modo de atingir a eternidade a não ser aprofundando-se no instante, nem outra forma de chegar a universalidade que não através da própria circunstância: o aqui e agora. Mas como? Revalorizando pequeno lugar e o breve tempo em que vivemos, que nada têm a ver com as maravilhosas paisagens que podemos ver na televisão, mas que estão sagradamente impregnados da humanidade das pessoas que neles vivem"

A Resistência - Ernesto Sabato (1911-2011)

17 dezembro 2022

Ninguém exceto tu

 


"...ninguém poderá construir em seu lugar as pontes que precisarás passar para atravessar o rio da vida, ninguém exceto tu, somente tu. Existem por certo, inúmeras verdades, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te do outro lado do rio; mas isto te custaria a tua própria pessoa, tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Para onde leva? Não perguntes, segue-o."

Nietzsche

16 dezembro 2022

 Esse é o nosso mundo: o que é demais nunca é o bastante 🎶


Renato Russo - Legião Urbana

17 novembro 2022

É preciso ir embora

 Ir embora é importante para que você entenda que você não é tão importante assim, que a vida segue, com ou sem você por perto. Pessoas nascem, morrem, casam, separam e resolvem os problemas que antes você acreditava só você resolver. É chocante e libertador – ninguém precisa de você pra seguir vivendo.


Nem sua mãe, nem seu pai, nem seu ex-patrão, nem sua empregada, nem ninguém. Parece besteira, mas a maioria de nós tem uma noção bem distorcida da importância do próprio umbigo – novidade para quem sofre deste mal: ninguém é insubstituível ou imprescindível. Lide com isso. É preciso ir embora.


Ir embora é importante para que você veja que você é muito importante sim! Seja por 2 minutos, seja por 2 anos, quem sente sua falta não sente menos ou mais porque você foi embora – apenas sente por mais tempo! O sentimento não muda. Algumas pessoas nunca vão esquecer do seu aniversario, você estando aqui ou na Austrália.


Esse papo de “que saudades de você, vamos nos ver uma hora” é politicagem. Quem sente sua falta vai sempre sentir e agir. E não se preocupe, pois o filtro é natural. Vai ter sempre aquele seleto e especial grupo que vai terminar a frase “Que saudade de você…” com “por isso tô te mandando esse áudio”; ou “porque tá tocando a nossa música” ou “então comprei uma passagem” ou ainda “desce agora que tô passando aí”.


Então vá embora. Vá embora do trabalho que te atormenta. Daquela relação que você sabe não vai dar certo. Vá embora “da galera” que está presente quando convém. Vá embora da casa dos teus pais. Do teu país. Da sala. Vá embora. Por minutos, por anos ou pra vida. Se ausente, nem que seja pra encontrar com você mesmo. Quanto voltar – e se voltar – vai ver as coisas de outra perspectiva, lá de cima do avião.


As desculpas e pré-ocupações sempre vão existir. Basta você decidir encarar as mesmas como elas realmente são – do tamanho de formigas."

 (Antônia Macchi)

https://antonianodiva.com.br/efemerides/e-preciso-ir-embora/ 

29 outubro 2022

18 outubro 2022

Sobre comer e viajar

 Viajar tem um preço. Mas tudo na vida o tem. Não é comum se ter tudo. Comum é precisar fazer escolhas. Alguém que tem mansão, carro dos sonhos e ainda pode viajar pra onde quiser a qualquer tempo, é privilegiado sim. Nada comum, nem normal. Qual seria sua escolha?

12 agosto 2022

Sobre atravessar um rio

Encontraram-se a beira de um rio, um mago, um yogue e um mestre zen.


E o yogue disse: “Vou mostrar à vocês como se atravessa um rio”. Elevou-se no ar e pousou na outra margem. 


Então o mago disse: “Isso não é nada”. Foi até a beira do rio e foi caminhando por sobre a água até o outro lado. 


O mestre zen, olhando tudo aquilo, arregaçou a roupa, entrou no rio e foi com muita dificuldade, caindo, tropeçando, nadando, até que chegou a outra margem todo ensopado. Começou a torcer a roupa, olhou para os dois e disse: 


“ Vocês não sabem nada sobre atravessar um rio."

08 agosto 2022

Impermanência

 Não é a impermanência que nos faz sofrer. O que nos faz sofrer é querer que as coisas sejam permanentes, quando não são. Thich Nhat Hanh

05 agosto 2022

Tempo

 Não, Tempo, não zombarás de minhas mudanças!

As pirâmides que novamente construíste

Não me parecem novas, nem estranhas;

Apenas as mesmas com novas vestimentas.


William Shakespeare

14 julho 2022

Cada dia é um dia.

 

Fazer por 20 anos alguma coisa, sempre da mesma forma, é repetição. Isso nada tem a ver com experiência.

05 maio 2022

Lobos

Uma noite, um velho índio falou ao seu neto sobre o combate que acontece dentro das pessoas.

Ele disse:
 - A batalha é entre os dois lobos que vivem dentro de todos nós.
 " Um é mau" É a raiva, inveja, ciúme, tristeza, desgosto, cobiça, arrogância, pena de si mesmo, culpa, ressentimento, inferioridade, mentiras, orgulho falso, superioridade e ego.
 "O outro é bom" É alegria, fraternidade, paz, esperança, serenidade, humildade, bondade, benevolência, persistência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé. 

O neto pensou nessa luta e perguntou ao avô: 
- Qual lobo vence? 

O velho índio respondeu: 
- Aquele que você alimenta!

03 maio 2022

O Mar

Diego não conhecia o mar.
O pai, Santiago Kovakloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul.
Ele - o mar - estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos.
E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu: 
"-Pai, me ajuda a olhar!” 

 O livro dos abraços - Eduardo Galeano

02 maio 2022

Medo da eternidade

Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou: — Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira. — Como não acaba? — Parei um instante na rua, perplexo. — Não acaba nunca, e pronto. Eu estava bobo: parecia-me ter sido transportado para o reino das histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual já começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei afinal pondo na boca. — E agora que é que eu faço? — Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver. — Agora chupe para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. — Perder a eternidade? Nunca. O adocicado era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexo, encaminhávamo-nos para a escola. — Acabou-se o docinho. E agora? — Agora mastigue para sempre. Assustei-me, eu não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeito. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da idéia de eternidade ou de infinito. Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar aquele chiclé. Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia. — Olha só o que me aconteceu! — Disse eu em fingidos espanto e tristeza. — Agora não posso mastigar mais! A bala acabou! — Já lhe disse — repetiu minha irmã — que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá. Eu estava envergonhado diante da bondade de minha irmã, envergonhado da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviado. Sem o peso da eternidade sobre mim.


(adaptado do texto de Clarice Lispector)

Tempo

Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado

Provérbio chinês

A Didática do Ensino Superior

Considera-se desafiador e ao mesmo tempo necessário formar indivíduos levando em consideração suas realidades e saberes pré-existentes, util...